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comer bem fora de casa

Adoro sair por aí sem rumo ou com rumo certo: voltar pra casa só na hora em que der na telha. Na prática da vida de mãe, isso significa ajeitar zentas coisas para cuidar de não faltar nada ao pequeno enquanto a família se diverte explorando a cidade (ou a viagem). Porque, depois do nascimento dos filhos, sair sem lenço e sem documento no sol de quase dezembro pode. O que não pode é sair sem fralda, sem troca de roupas, sem a bebechila, sem cobertor, sem os brinquedos preferidos, sem o Pimpão, sem o copinho de água, sem chá e, especialmente, sem comida. É, não rola sair sem comidas, no plural mesmo, pro rebento. 

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Porque, na rua, as opções em geral ou são pouco saudáveis (fast-food para o almoço, bolacha para o lanche…) ou pouco confiáveis ou ambas. Ainda mais se seu filho ainda é pequeno, meu caso.

Daí que depois de frustrar boas oportunidades de passeios (ou de esticadas) por falta do que dar ao Enzo, acho que cheguei no que considero um arranjo quase ideal para aproveitar bem longas horas fora de casa nos finais de semana sem prejudicar a alimentação do pequeno. Por prejudicar leia-se: deixá-lo sem comer quantidade e variedade adequadas e/ou dar porcarias em substituição à comida de verdade. O que tem dado certo por aqui é o seguinte:

1) Levo sempre o almoço do Enzo com a gente, numa mala térmica tradicional. Procuro seguir algumas regrinhas pra isso dar certo.

  • A primeira delas é só levar alimentos muito frescos. Costumo escolher, pra esse fim, os recém-preparados ou, se for lançar mão de algum congelado, descongelo na manhã do passeio, no máximo uma hora antes. Os congelados, claro, são sempre alimentos feito em casa, nada de industrializados (prato pronto congelado pro filho e papinhas prontas, aqui em casa, só em caso de guerra, como já me disse uma vez a Mari Sá);
  • Separo o que preciso levar nos potes sem BPA (se forem plásticos), adequados para o transporte, com tampas que isolem bem o conteúdo. É importante também fechar a tampa tirando o máximo possível de ar de dentro do pote, como se estivesse preparando para congelar. Mas mantenho tudo na geladeira até a hora de sair de casa.
  • Escolho alimentos fáceis de comer “por aí”, de que o Enzo goste e que sejam menos perecíveis. Massas costumam cumprir bem esse papel. Molhos com carnes e legumes complementam bem o carboidrato e deixam o prato mais equilibrado. Se vou a algum lugar relativamente perto, coloco na “marmita” mais legumes e vegetais. Um trio de muito sucesso aqui é fusili com ovo cozido e brócolis dourado com cebolas;
  • Evito sair com muitas horas de antecedência em relação ao almoço. Enzo costuma almoçar entre 12h30 e 13h. Não saio de casa às 8h, por exemplo. O alimento que levo fica cerca de 2 a 3 horas apenas fora da geladeira, sempre acondicionado na mala térmica e ao abrigo do calor e do sol.
  • A mala térmica tem de ser bem boa, daquelas que realmente isola o alimento e mantém a temperatura resfriada por algumas horas;
  • Sempre almoçamos num local em que, caso seja necessário, Enzo possa comer alguma coisa. Não dá pra ir almoçar num barzinho, daqueles que servem petiscos e feijoada, por exemplo. Tem que ser um local em que haja alguma coisa segura, relativamente saudável e palatável. Vai que a comida estraga no vai-e-vem do passeio…

2) Programo o passeio para estarmos sempre próximos de um bom restaurante por quilo (ou bom PF, mas, nesse caso, só conheço um que vale a pena) ou de uma boa casa de massas. No caso do quilo, nunca pego alimentos crus e peço carnes bem passadas. Se o assunto é massa, geralmente evito os molhos, mesmo o de tomate, a menos que eu conheça bem o local.

3) Levo copo, pois água mineral se compra em qualquer lugar. E levo pelo menos uma mamadeira com chá de ervas que faço para ele em casa. Na falta de suco natural (¹) confiável, o chá cumpre pelo menos o papel de matar a sede do menino que não é lá muito fã de água.

4) Preparo diversas opções de lanche para garantir que Enzo não passe fome (quantidade) e que tenha algo saudável para comer mesmo se encasquetar que não quer determinada coisa.  As opções que fazem muito sucesso por aqui, pelo sabor, pela praticidade e porque são saudáveis:

  • Banana. Autoexplicativa, mas vamos lá: não fica preta, mantém sabor e consistência originais e é a coisa mais fácil do mundo de descascar, né?
  • Mexerica: mesmo caso da banana, também se conserva bem, já que dá pra levar por aí com casca.
  • Frutas secas e castanhas variadas: Enzo ama damasco, figo seco, uvas passas, castanha de caju e castanha-do-Pará. Levo tudo junto ou separado, depende de como estiver o gosto dele. Tem dias que só quer castanha, outros que prefere só damasco e tem os dias em que quer os dois, mas cada um de uma vez. Só tomo alguns cuidados: Damasco solta o intestino e, infelizmente, a maioria das marcas de damasco seco coloca enxofre na fruta para não perder a cor. Portanto, dou com parcimônia. No caso das uvas, sempre leio os ingredientes e só compro as que não têm nem açúcar nem conservantes. Há orgânicas muito boas no mercado. Castanhas sempre sem sal e, mesmo assim, em pequenas quantidades. As de Pará, por exemplo, pico em pedaços menores e ofereço duas ou três, no máximo.
  • Maçãs e outras frutas desidratadas: uma das melhores invenções do homem! 😉 Enzo ama as maçãs, que são realmente muito gostosas. E o melhor: não têm açúcar nem nenhum tipo de conservador, realçador de sabor, nada dessas porcarias. É só a fruta desidratada mesmo. São muito práticas (vêm prontas para o consumo) e costumam ser vendidas em pacotes de 30 ou 50 gramas, em supermercados ou casas de produtos naturais.

Por que me preocupo tanto com alimentação a ponto de não aceitar exceção (vulgo comer porcaria) nem nos finais de semana? Por causa disso aqui:

E disso aqui também:

Mas, mais importante, porque: se é possível só comer coisas boas (e é!), ainda que seja fora de casa, pra que dar porcarias para o Enzo?

(¹) Suco natural é natural mesmo, não de caixinha, bebida que faz parte daquele grupo de produtos pseudo saudáveis: estão cheios de açúcar, corantes, conservantes… Enzo não consome.

PS: a minha estratégia de conservação dos alimentos é minha mesmo. Nunca perguntei pra ninguém (a não ser pra minha mãe) sobre isso. Está dando certo, nunca estraguei nenhuma “marmita”. Se você não estiver segura de levar almoço por aí sem refrigerar de fato –o que acho prudente–, sugiro que pergunte ao pediatra como fazer.

(*) Foto daqui ó.

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tudo é relativo na maternidade

Sábio mesmo era o Einstein. Tudo é relativo. Tudo mesmo. Veja o meu caso, por exemplo: sou super “cri-cri” com a alimentação do Enzo. Nada de doces, nada de açúcar, nada de biscoitos, nada de comida industrializada (papinha Nestlé só em caso de guerra, como diz a Mari Machado de Sá, do Viciados em Colo). Abri uma ou duas exceções para biscoitos água e sal, mas só até descobrir que água e sal são os ingredientes que menos têm na bolacha. Cortado até das exceções. Ponto.

Mas eis que Enzo está sem comer NADA há uma semana. E quando eu falo nada eu quero dizer nada mesmo. Não é exagero, não é metáfora, não é no sentido figurado. É literal. Para ser exata, ele tem comido apenas pedaços de ALGUMAS frutas. Ontem, por exemplo, comeu meia banana com granola, a fórceps. Foi preciso distrai-lo com brinquedos, livrinhos e musiquinhas para que eu conseguisse fazê-lo mandar para baixo a metade da bananinha, que já foi a fruta mais adorada ever até ele começar essa greve de fome.

Há explicações, fato. Ele está gripadíssimo, com suspeita de conjuntivite, dois dentes nascendo. Entendo a falta de apetite e a má-vontade com a comida, é natural que ele reaja assim. Acontece, no entanto, que isso não muda nada em termos de necessidades de nutrientes. Com gripe ou sem gripe, com dente ou sem dente, o organismo dele continua precisando se alimentar, confere produção?

Então, depois de uma semana inteira deixando o pequeno decidir se iria comer ou não, ontem cheguei ao limite do “viva e deixe viver”. E apelei, apelei feio, confesso. Imagine a cena:

Mãe faz legumes no vapor, com um tiquinho de manteiga, bem saudáveis. Não é lá boa cozinheira, mas até que a gororoba fica gostosinha. Filho ama arroz. Então, mãe capricha na quantidade de arroz no prato para atrair a cria. Coloca uma porçãozinha tímida dos legumes, amassa bem (filho come sem amassar, mas como está com dentinhos sensíveis, melhor facilitar, né?). Deixa na temperatura ideal e, para completar, bota um tiquinho de sopa de ervilha (só o caldinho), que já foi preferência do rebento.

Tenta uma colherada. Filho derruba tudo no chão. Tenta a segunda. Filho não  aceita. Tenta a terceira. Filho arremessa a colher cheia longe. Tenta a quarta. Filho deixa colocar na boca só pra cuspir, chorando loucamente.

Mãe perde o que sobrou do seu (frágil) bom senso, vira-se pro marido e diz:

-Chega. Ele vai comer essa m… de qualquer jeito hoje!

O marido olha tudo, atônito. Mãe larga o filho com o pai, apoia a colher sobre o prato e parte, resoluta, em direção à cozinha.Volta com duas armas: um pote de requeijão numa mão e um vasilhame com queijo ralado na outra. Marido se mata de rir quando percebe o que a louca mulher vai fazer. E, depois das gargalhadas, oferece apoio irrestrito ao método pouco ortodoxo prestes a ser posto em prática.

Sem pestanejar –para não dar tempo de pensar muito e, de repente, ser tomada de novo pelo bom senso–, mãe enche o prato (antes saudável) com um monte de requeijão e queijo ralado. Acrescenta um pouco de frango (carnes o filho não aceita comer há três semanas), bota tudo de novo no micro-ondas.

Oferece ao filho o grude cheio de porcaria, mas saboroso. O pequeno bate a pratada toda em segundos. Nada de chororô, nada de empurrar a colher, nada de cuspir a comida.

Tudo bem que o menino comeu um monte de suposto queijo fundido com mais um monte de queijo inadequado para a idade dele. Mas –o mais importante– ele COMEU! E mandou ver, sem querer, em brócolis, cenoura, mandioquinha, cará, tomate, frango, ervilhas…No balanço, a mãe acha que compensou. E se sente a mais esperta das mulheres.

Fim da história, comprovo que tudo é relativo. Eu, que fico colocando queijo ralado na macarronada escondida na cozinha; eu, que como pão de forma trancada no banheiro; eu, que dou a maior lição de moral em quem sugere que Enzo pode comer chocolate; eu, que nem gelatina dou pro pequeno (cheia de corantes artificiais, saborizantes, glutamatos e mais um monte de porcarias), acabei minha noite de segunda apelando para o que havia de pior na minha geladeira. Mas quer saber? A incoerência é uma dádiva –às vezes, pelo menos.

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duas receitas prometidas

Eis que há uns 2 ou 3 meses, quando Enzo começou a comer papinhas, eu prometi que socializaria as receitinhas aprovadas pelo meu minimenininho. Contei que estava com dificuldades para encontrar dicas de alimentação e que, tão logo achasse alguma coisa bacana que valesse para Enzo e para mim, postaria por aqui.

Dia vai, dia vem, e essa moça atarefada -e ligeiramente atrasada- que vos escreve acabou não postando receita nenhuma. Falta de tempo para organizar tudo, já que a maioria das papinhas que dão certo saíram da minha cabeça. Daí que hoje, finalmente, estou com duas receitinhas prontas, escritas, anotadinhas, devidamente registradas no Livro de Receitas do Minimenininho. Voilà, espero que sejam úteis:

PAPINHA VEGETARIANA

1/2 xícara das de chá de ervilha seca

1/2 maço de brócolis ninja

2 mandioquinhas médias picadas e sem casca

2 cenouras médias picadas e sem casca

2 abobrinhas médias picadas, sem casca nem sementes

1/2 cebola média

1 colher das de chá de azeite extra-virgem

O preparo é simples: Colocar o azeite a cebola numa panela, deixar dourar um pouco. Depois, acrescentar as ervilhas (lavadas) e os demais ingredientes, com exceção do brócolis. Acrescentar água suficiente para cobrir os vegetais e ainda sobrar um dedo. Deixar em fogo alto até levantar fervura, depois colocar em fogo baixo e cozinhar até que os ingredientes estejam macios. Acrescentar o brócolis e deixar no fogo até o brócolis ficar macio e cozido. Amasse com o garfo até atingir a consistência recomendada pelo seu pediatra (ou aquela com a qual seu filho esteja habituado).

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FRANGO COM LENTILHA

1/2 xícara das de chá de lentilhas

2 filés bem frescos de peito de frango

2 chuchus médios picados e sem casca

1/2 abóbora tipo paulista média picada, sem casca e sem sementes

2 xícaras das de chá de escarola picada (aproximadamente)

1/2 cebola média picada

Salsinha a gosto (eu uso quase uma xícara)

1/2 colher das de chá de azeite extra-virgem

Preparo: Em uma panela, colocar a cebola, 1 colher de azeite, a lentilha e os legumes. Deixar dourar rapidamente e cobrir com água, colocando o suficiente para cobrir os alimentos e ainda sobrar um dedo, aproximadamente. Deixar em fogo alto até ferver e depois reduzir para fogo baixo. Colocar os filés de frango juntamente com meia colher de azeite em outra panela, deixar em fogo baixo e tampar para que o frango cozinhe em sua própria água. Se for preciso, acrescente um pouco de água (mas bem pouco). Quando a carne estiver cozida (eu sempre corto em vários pedaços para me certificar de que o interior está pronto), tirar a tampa da panela e deixar o frango dourar por mais alguns minutos. Em seguida, desfie o frango utilizando dois garfos (um segura a carne, o outro desfia).  Reserve.

Quando os legumes e a lentilha estiverem macios, acrescente a escarola bem picada e a salsinha e espere por mais cinco ou dez minutos, até que a escarola mude de cor. Aí acrescente o frango desfiado e deixe mais uns cinco minutos em fogo baixo. Antes de servir, amasse com o garfo até atingir a consistência recomendada pelo seu pediatra (ou aquela com a qual seu filho esteja habituado).

As receitas são sugestões, baseadas na orientação da pediatra do Enzo, na Cartilha do Ministério da Saúde, e no conhecimento popular que diz que uma dieta balanceada é aquela “colorida” (com vegetais de cores diferentes, pois cada cor evidencia um certo tipo de componente ou vitamina contido no alimento).

Procuro sempre colocar ao menos um carboidrato, uma leguminosa (ervilha, lentilha, feijões etc), um legume e uma verdura. A papinha pode ser servida com arroz, e os vegetais podem ser oferecidos separadamente ao bebê, ao invés de tudo junto, como eu sugiro na receita. E, claro, o ideal é sempre conversar com o pediatra para se certificar de que seu filho pode comer esses alimentos, feitos dessa forma.

Uma preocupação que eu tenho é sempre que possível oferecer alimentos orgânicos. Apesar de aumento da oferta de orgânicos, eu confesso que não tenho encontrado legumes desse tipo com muita facilidade. Há sempre orgânicos nos supermercados que frequento, mas em geral são sempre os mesmos; há pouca variedade. De qualquer forma, a dica é procurar orgânicos e sempre, sempre os alimentos mais frescos possíveis. E ouvir as informações dos funcionários dos supermercados. Eles sempre sabem quais são os vegetais mais novos, os que estão “na época”, os que são mais macios… Informações valiosas, portanto, especialmente se você, como eu, é 100% urbana e demorou horrores para descobrir a diferença entre escarola e catalonia.

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eu sei o que vocês fizeram no verão passado

Já escrevi por aqui sobre os problemas que eu tive durante a amamentação de Enzo, que culminaram no desmame precoce do meu filho, aos seis meses. Fui mais uma que caiu no “conto do vigário” do “você não tem leite”. Não culpo apenas o pediatra (que, ainda bem, dispensamos). Nem a minha obstetra (que me fez sair da maternidade com LA “prescrito”, e que nunca -nunca mesmo- quis conversar comigo sobre amamentação durante a gravidez, mesmo eu tendo feito zilhares de perguntas). Nem nenhuma das zentas pessoas que me deram “conselhos” errados sobre amamentação, ou que reforçaram o mito do “não tive leite”, “meu leite secou”, “dá só um pouquinho de LA que o leite materno é fraco” e blá blá blá.

Tenho meu quinhão de culpa -ou de responsabilidade, pra gente fugir dessa coisa autoflagelante religiosa- e o assumo. Escrevi sobre isso, me impliquei no problema, sei que errei, sei que fui medrosa, ansiosa, precipitada e pouco madura. Estava menos informada do que deveria, com medo, suscetível, pois, a qualquer bobagem e foi em bobagens que acreditei.

Tudo isso pra dizer que, depois dessa minha experiência e de tudo o que aprendi -especialmente na blogosfera- sobre amamentação, virei entusiasta não apenas de amamentar, mas de disseminar informações sobre isso, de forma a ajudar outras mães em situação parecida com a minha para que elas tomem as decisões certas que eu não tomei.

E eis que, nessa mesma blogosfera, descobri, dia desses, o blog “a mãe que quero ser“. O que me levou a ele foi justamente um post sobre amamentação, que mostrava que a SPB (Sociedade Brasileira de Pediatria) recebe patrocínio da Nestlé, uma das grandes produtoras de LA (é a dona do NAN, por exemplo). Bacana, não? (ironia mode on). Alô, doutores, será que não há um conflito de interesses aí?

Clarissa, a autora do blog, destrincha muito bem essa ligação nesse post aqui. E vai mais longe, no segundo post da série, aqui ó. Ela mostra, por exemplo, que as empresas fabricantes de LA colocavam representantes vestidas de enfermeiras, em hospitais, para propagandear as “qualidades” do produto. E, pior, diz que essas empresas financiam pesquisas e dados que servem de subsídio para o trabalho dos pediatras, entre eles uma tabela de “desenvolvimento” ideal de bebês que, claro, diz que mais saudável é o bebê que engorda na proporção que engordam os bebês alimentados por LA, não por LM (que geralmente engordam um pouco menos, pois LM é menos gorduroso e menos calórico).

Entre outras qualidades, acho que os posts põem a nu o que as corporações “fizeram no verão passado” (sabe como?) e que, no mínimo, ajudou a sociedade a chegar nesse estado de coisas que vemos hoje, em que quase ninguém consegue amamentar até os seis meses (mínimos), que dirá até os 2 anos, como recomenda a OMS (da qual o ex-pediatra do Enzo fazia pouco caso, sério mesmo).

Acho tão importante o esclarecimento que Clarissa está fazendo que passei por aqui hoje só pra recomendar os dois posts dela:

SBP, Nestlé e como essa aliança afeta você (parte 1)

SBP, Nestlé e como essa aliança afeta você (parte 2)

Já a minha experiência com amamentação eu relato, principalmente, em:

O pediatra nem sempre está certo

Amamentação: faria tudo diferente

ADENDO

A Nívea, do “Que Seja Doce“, fez um comentário bem pertinente. Ela contou que, no seu caso, realmente não teve leite. Mesmo com apoio na maternidade, curso, mesmo o bebê tendo acertado pega e mamada logo de cara, mesmo com o bebê mandando bem, não rolou. O filho mamava, mas chorava de fome. A mãe ficava horas tentando extrair o leite com a bombinha e só saía 20 ml. Daí que foi necessário da LA, claro.

E, em casos assim, é ótimo que exista o LA, é ótimo que as mães deem mesmo LA, sem culpa, sem cobranças. É para isso que o LA serve -ou deveria servir: situações em que realmente não há condições de amamentar com LM. E é claro que existem situações como essa aos montes por aí, não vamos criar o mito ao contrário.

Esse post é para todos os outros casos, que infelizmente são a maioria, de mulheres que poderiam ter amamentado e que foram mal orientadas, que estavam mal informadas que, por uma série de informações desencontradas, acabaram no LA, mesmo estando tudo ok pra seguirem com LM (apesar das dificuldades, como foi meu caso, como parece ter sido o caso da Adriana, do “Fora do Casulo“, que também comentou).

Agradeço mega a Nívea por ter contado a experiência dela, até pra gente não esquecer de mencionar que há, sim, situações em que realmente não rola manter a amamentação. Ponto.

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da preocupação materna e do (quase) sobrepeso

Veja só como são as coisas: a mamãe preocupada que o filho come pouco, que deveria comer mais, que a papinha que ela faz não é boa/gostosa/comível, que ela está fazendo alguma coisa errada, que etc etc etc.

Daí tem a consulta mensal com a dra. Pediatra. E Enzo cresceu super bem, percentil 50. Só que engordou “melhor” ainda, percentil 85, o que faz do minimenininho um bebê com… risco de sobrepeso. Conclusão da médica: Enzo come “pouco”, pois tem, literalmente, gordura para queimar. E, no fim das contas, não deve estar comendo tão pouco assim.

O IMC da cria está em 19,9, o que significa quase chegar ao sobrepeso, segundo a tabela da OMS. E o índice veio subindo consistentemente. Aos 3 meses, por exemplo, era só 16,8, ou seja, estava na normalidade. Não sou especialista, mas arrisco algumas razões para isso:

1) Mamadeira 1. O LA é calórico, geralmente mais calórico que o LM. Cada mamadeira com 90 ml tem, em média, 475 calorias. E a cria mama mesmo, sem medo de ser feliz. São 4 ou 5 por dia, de 120 ml a 180 ml cada. Mais um ponto super contra o aleitamento artificial. Se ainda mamasse no peito, certeza que não teria engordado tanto. Não à toa, quando ele ainda mamava mais no peito que na mamadeira, seu IMC era considerado normal. Só ultrapassou a normalidade na medição dos 6 meses, quando Enzo já estava praticamente desmamado.

2) Mamadeira 2. Enzo acostumou a dormir chupetando o peito. Como não mama mais, transferiu o aconchego para o bico da mamadeira, de modo que prefere dormir mamando. Sei que preciso desacostumá-lo disso. Se ainda fosse o seio, ok. Mas a mamadeira nem gera vínculo nem nada, só atrapalha, pois o bebê acaba mamando mais do que precisaria, só pelo hábito. E, aos 8 meses, ele já come outras 5 refeições por dia (2 papinhas e 3 frutas). Tantas mamadeiras dispensáveis, portanto. Faz um tempo que tento dissociar soninhos do dia das mamadas; vou ter que me empenhar mais nisso.

3) Chorou, mamou. Tenho o péssimo hábito (blame on meus ancestrais italianos) de achar que Enzo sempre quer comer. Ele dá uma choradinha mais aguda ou insistente e já saco logo a mamadeira ou a papinha ou uma fruta. Claro que testo outras hipóteses antes de dar de comer, mas tendo a achar que ele sempre está com fome. Não sabia -ainda- que isso estava sendo prejudicial, até porque estava ligeiramente encanada com o suposto pouco apetite da cria. Bom, hora de começar a desvincular comida de choro, pois. Talvez Enzo até esteja mesmo acostumado a se acalmar com a comida. Mas isso não é legal nem do ponto de vista emocional.

4) Excesso de legumes. A dra. Ped acha que estou colocando legumes demais na comida dele. Na papinha de hoje, por exemplo, tem batata, beterraba, abóbora, além do espinafre e da leguminosa (no caso, lentilha). Segundo ela, não são necessários três tipos de legumes por refeição, nem legumes tão calóricos, com tanto carboidrato (da batata eu já conhecia a fama, mas, sinceramente, não tinha ideia de que os outros dois também eram do grupo dos “engordativos”).

Sempre coloco diversos tipos para variar na cor (e nas vitaminas, consequentemente). Prato colorido é mais saudável, sabe como? Acontece que isso é válido do ponto de vista de oferecer vitamina, mas não funciona para evitar calorias. A recomendação da dra. é dar um legume calórico combinado com um de baixíssima caloria (tipo chuchu ou abobrinha) na mesma refeição (mais o cereal, a leguminosa e o vegetal folhoso). No dia seguinte, substituir esse legume calórico por outro de mesmo teor de caloria, mas de cor (vitamina) diferente.

Fez sentido pra mim. E acho que pode ajudar inclusive Enzo a experimentar os alimentos individualmente. Porque eu já estava querendo parar de fazer “papinha” propriamente e começar a dar os alimentos amassados, mas separados. A médica liberou e, com menos legumes na lista, isso será mais fácil. Também estou engrossando a comida aos poucos, seguindo recomendações da Mari (nos coments daqui ó) e da Ped.

O quase sobrepeso não é nada sério, claro.  Quando Enzo começar a gastar mais calorias, engatinhar, andar, vai emagrecer naturalmente. Nem vou encanar com coisa de “regime” pelamor, que não se faz isso com bebês. Mas acho bacana prestar atenção para oferecer alimentação cada vez mais equilibrada e evitar excessos, ainda mais frutos de hábitos ruins.

E nunca é cedo demais para uma dieta que favoreça saúde, bem estar e que vá, desde agora, ensinando Enzo a comer bem. Uma coisa com a qual nós, mães dessa geração, temos de lidar sempre é com um certo “fantasma” da obesidade infantil, infelizmente uma quase epidemia: 15% das crianças são obesas no mundo. No Brasil, índice um pouco menor, 10%. *

* Dados e mais infos daqui, daqui e daqui.

PS: Vou organizar melhor a alimentação do Enzo criando um cardápio semanal, até para dar conta de intercalar esses legumes todos sem que o pequeno perca em variedade. Isso também vai ajudar a variar mais os pratos, que Enzo enjoa facilmente. Pra isso, vou ter de dar uma boa pesquisada nas propriedades (calóricas e vitamínicas) dos alimentos. Quando tiver sistematizado tudo, posto aqui, junto com algumas receitas prometidas.

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maternidade real

A mãe tem um prazo apertadíssimo, que está dando o maior trabalho: não acha fontes; ninguém sabe do assunto; os que sabem não querem falar; há pouca informação disponível em locais confiáveis; o tema é compleeeeexo; ela nunca escreveu sobre isso, de modo que também está aprendendo; muitos interesses em conflito, daí que são zentas versões diferentes e uma jornalista vendida na situação, que precisa escrever uma capa em 3 dias.

O que acontece então? Acontece que a tal maternidade real fica mais real ainda:

1) Mamãe, essa coleira convicta que acha mesmo que lugar de filho é no colimdimamãe, começa a tentar convencer Enzo de que, talvez, colimdimamãe não seja assim tão bom. Filho chora lá no sofá, depois de uns minutos distraído. Mamãe ainda está no começo daquele e-mail importantão que pode definir muito da bagunça em que a apuração se encontra. E aí a cria continua chorando, enquanto mamãe faz força pra ignorar, tentando se concentrar pra terminar a p… do e-mail. Filho chora mais, mamãe tenta dialogar, depois de dar uma espichada de olho e ver que está tudo ok. “Mamãe já vai, espera só mais um pouquinho”. Mais choro. Mais “calma, filho”. Mais mãe tentando se concentrar pra terminar mais rápido. Finito! Mãe termina o e-mail. Olha pro filho, feliz, pra dar a boa notícia. Silêncio. Filho deitadinho no sofá, segurando a naninha, dormiu. Na prática, mamãe fez o que, na teoria, as moças que pensam como ela não deveriam fazer: deixar bebê chorando, sem resposta, até adormecer. Mamãe suspira, triste, ajeita Enzo no sofá pra ele dormir melhor e corre pro notebook aproveitar o tempo, que o tempo “ruge”.

2) Mamãe vai ao freezer pegar papinhas para dar almocinho ao recém-acordado minimenininho, que brinca feliz e contente no carrinho (coisa rara, minhagente, beeeeem rara). Descongela a papinha, dando graças aos céus por ter tido a brilhante ideia de deixar várias prontas congeladas, e começa a servir o bebê. Mas acontece que Enzitolino está muito mais interessado em continuar brincando do que em comer.  Mamãe, em condições normais de temperatura e pressão, não insistiria. Guardaria a papinha por mais alguns minutos e ofereceria depois. Respeitaria a inclinação do guri. Aliás, não teria nem oferecido, já ciente de que a cria estava dando de ombros pra essas necessidades da natureza. Aproveitaria, pois, a tranquilidade para deixar pronta a frutinha da sobremesa. O que a mamãe faz de fato? Insiste. “Ah, Enzo, só mais essa colheradinha, vai”. “Filho, come mais essa”. “Não cospe tudo, está tão gostosa”. “Isso, gargalha mesmo que a mamãe aproveita e bota mais uma colher na sua boca”. Resultado: muxoxo, chororô, 20 minutos de queda de braço, com Enzitolino derrotando mamãe e sua colher cheia de ervilhas-e-beterrabas-e-abóboras-e-espinafres de lavada. Nem metade do potinho foi consumido, Enzo agora está irritado e mamãe, frustrada e atrasada.

3) Todo mundo sabe que não se deve dar mamadeira aos bebês quando eles não querem comida. Mamãe também sabe. Só que mamãe tem pressa. Lembra que Enzo não comeu direito? Pois é, então agora Enzo está com fome. Só que mamãe está atrasada e não pode ficar outros 20 minutos dando comida de novo (lembra que ela, contrariando suas mais sábias determinações, insistiu à beça com o bebê?). Pois eis que ela tem a brilhante ideia de dar a mamadeira. Mamãe prepara em dois minutos, bebê mama em outros cinco minutos. Almoço resolvido. Resolvido? Será? Mamadeira não é almoço, mamãe sabe. E suspira, arrependida. Mas o que está feito, está feito. E mamãe corre pro notebook que o tempo, ah, esse “ruge”.

4) Todo mundo sabe que os bebês devem comer ao menos três porções de frutas por dia. Mamãe também sabe. Acontece que ela não teve tempo de ir comprar frutinhas fresquinhas. Acontece que ela olha na geladeira, esperando pela redenção, e só encontra uma (sim, UMA) ameixa, madura demais. Mamãe analisa a fruta, vira, desvira, cheira, chacoalha, parece boa, parece estragada, deixa pra lá que eu não vou ter coragem de dar isso ao Enzo. Gosto amargo da frustração combinado com o gosto azedo de que p. de mãe eu sou, sabe como? “Ah, não, filho, não tem nem fruta!”, a mãe desabafa, com a cara mais feia do mundo, porque Enzitolino para tudo o que está fazendo e encara a mãe, sério. E mãe devolve o pequeno no sofá e volta pro note, um tanto aliviada de não ter dado nada, porque demoraria ainda mais amassar fruta, botar bebê no cadeirão, botar babador, dar fruta, brincar com Enzo brincando com a fruta, tirar babador, tirar bebê do cadeirão. E aí a mãe se dá conta de que, secretamente, comemora não ter alimentado direito seu filho, deosdoceu! E aí fica triste de novo, mas pega o telefone e liga pro próximo de sua looooonga lista de fontes.

E passa o dia se sentindo a mãe mais porcaria de todas as mães, de todos os mundos, de todos os planetas, de todos os tempos, de todas as galáxias. E quase liga pro marido pra encher o saco dele desabafar. E quase liga pra própria mãe pra encher o saco dela desabafar. E, atrasada, liga pra fonte pra encher o saco dela entrevistar.

Balanço do dia: culpa-materna-nível-máximo MODE ON convicto.

Conclusão inconteste: maternidade real sucks!

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o livro de receitas do minimenininho

Clichê, mas fato:  maternidade muda a gente; muda nossas perspectivas e, por consequência, muda praticamente tudo. Quem me conhece sabe que não cozinho. Adoro comer bem, me interesso por gastronomia (pop), um dos meus sonhos de consumo é completar a coleção de livros do Jamie Oliver (shame on me) e, quando dá tempo, confesso que até assisto aqueles realities de chefs (Top Chef, Master Chef, Batalha dos Cupcakes, Great Food Truck Race, os do Gordon Ramsey…céus!).

Porém, cozinho quase nada. Em geral, quando temos de cozinhar, quem assume a liderança das panelas é o Dri, que faz um ótimo trabalho, diga-se. Claro que me viro bem no trivial; o problema não é falta de habilidade, mas de vontade mesmo. O basicão é chato demais de fazer. Já os pratos mais elaborados, cuja elaboração me atrai mais, bem, nesse caso, boto a culpa na conta do tempo. Confesso, sempre que tenho um tempinho livre, prefiro investi-lo lendo um livro-revista-jornal ou vendo um filme ou tuitando, ou blogando, ou lendo a blogosfera (mamífera e não-mamífera) ou passeando com a família ou bebendo (suco) com pessoas queridas.

Mas eis que ontem me surpreendo comprando um caderno de… receitas! Isso mesmo, daqueles que as avós tinham para anotar receitinhas tipo: “Pudim de leite Moça da Maricota”, “Rosca doce da tia Nena”, “Empadão de frango da Alzira” (as receitas da Vó Mimi sempre tinham algum nome próprio associado. Acho que ela só incorporava ao caderno receitinhas já testadas “pelazamiga”). Só que esse caderno, ao invés de receitas das amigas da minha avó, estará recheado de pratinhos e papinhas e suquinhos do Enzo.

A ideia não surgiu de uma pretensão gastronômica dessa mãe, mas da mais absoluta necessidade de me organizar para dar conta dessa nova fase da vida do bebê. Desorganizada que sou e pouco afeita às panelas, o único jeito de manter alguma lógica na alimentação do Enzo é escrever receitas, dicas, montar cardápios semanais, colocar no papel o peso que cada grupo de alimentos deve ter e, daí em diante, combinar os ingredientes.

Porque, convenhamos, as orientações pediátricas não são lá muito intuitivas. Se, na nossa infância -e nas gerações anteriores- as mães iam introduzindo os sólidos na dieta na base da tentativa e erro e do “bom senso” (sopinhas de legumes, arrozinho-e-feijãozinho batidos no liquidificador, caldinho de carne), hoje é quase preciso fazer um minicurso de nutrição para iniciar a alimentação dos pequenos.

Por exemplo: a recomendação da pediatra do Enzo, que é uma fofa e tenta sempre “traduzir” o “mediquês” para mim, é: desde sempre, oferecer uma dieta equilibrada. Nada de evitar esse ou aquele grupo de alimentos. Então, as papinhas seriam compostas sempre por um sem-número de combinações entre cereais, carnes (proteína animal), tubérculos, leguminosas (proteína vegetal) e folhas verdes. Só que as mudanças nas combinações desses ingredientes devem ser feitas um a um. Não dá para trocar couve por escarola e arroz por quinoa na mesma papinha. Como eu, a desorganizada que não gosta de cozinhar, vai dar conta disso tudo a contento se não for com um livrinho bem feito de receitas à tira-colo?

É assim que está surgindo, aos poucos, o livro de receitas do meu “minimenininho”. Porque, agora que vai comer sólidos, acho que posso promover o Enzo de bebê para minimenino, né? É um passo importante na evolução dos pimpolhos começar a se alimentar de outras fontes que não a mãe. Já li diversas vezes, dita por pessoas diferentes, uma expressão que afirma mais ou menos que o corpo dos bebês não os proveem de tudo o que eles precisam, restando ao corpo da mãe a tarefa de complementar o filho em necessidades tão básicas quanto comer, dormir, se mover, controlar as emoções etc. Acho genial essa definição de quanto bebês e mamães são um só. Assim como acho que o início desse “desligamento” e dessa “individuação” é uma etapa importantíssima para nós e para eles. Começar a comer -ao invés de basicamente se alimentar do que a mãe produz ou mesmo de LA- é um passo nessa direção, dentre tantos que Enzo já está dando (nessa fase, eles começam a perceber também que não SÃO a mãe. Enzitolino tem ficado carente, carente…).

Estou pesquisando e inventando receitas de papinhas que vou compartilhar aqui no blog, depois de devidamente testadas e aprovadas (critérios para entrarem definitivamente no livro de receitas). Tive muita dificuldade para achar receitas factíveis, especialmente para as primeiras refeições salgadas. O que se encontra por aí são papinhas tão elaboradas e carregadas de ingredientes “pesados” (fígado, por exemplo) que o bom senso pisca aquele sinal de alerta que talvez seja melhor não começar a alimentar um bebê com esse tipo de alimento.

Acho que a primeira dica que posso dar, antes mesmo de uma receita, são de algumas leituras interessantes, para não dizer obrigatórias, que estão servindo para mim como um manual, uma espécie de carta de navegação.

1-) Aqui tem a cartilha 10 Passos para a Alimentação Saudável para Menores de Dois Anos. É de 2010, foi elaborada pelo Ministério da Saúde e pela IBFAN Brasil, uma rede internacional pelo direito de amamentar. Também leva o selo da Organização Pan-Americana da Saúde e segue diretrizes da OMS.

Graficamente bem organizada, é fácil de consultar e tem informações bem básicas, mas muito úteis na hora do perrengue que é definir cardápio, decidir quando e como dar carnes, que legumes usar, se repete ou não legumes e papinhas, se insiste ou não se o bebê não quiser, qual importância da alimentação e do leite na dieta dos pequenos e aquela longa lista de etc que as mammas sabemos.

Também fala de coisas um tantinho mais complexas, como experimentar ou não doces e industrializados, mesmo os mais “saudáveis”, como iogurtes. Segundo a cartilha, não se deve deixar crianças nessa faixa etária experimentarem esse tipo de produtos. Parece óbvio, mas eu mesma já fui instada por um bocado de gente a deixar Enzo experimentar um “pedacinho” disso e daquilo para ele não “passar vontade” (como se ele soubesse o gosto que essas coisas têm). E mais: açúcar e doces só depois de um ano, NO MÍNIMO.

E recomenda que, a partir dos seis meses, a mãe sempre ofereça ao bebê água tratada, filtrada e fervida.

2-) Para quem quiser aprofundar mais e entender de onde vem a cartilha e ainda ter acesso a algumas informações mais, digamos, científicas (com bibliografia e tudo o mais), vale a pena dar uma olhadinha nesse link aqui, que é do Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos. O que eu tenho foi editado em 2002, também pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde. É basicamente o mesmo material, só que voltado a profissionais de saúde, portanto mais “técnico”, menos superficial.

Por isso, tem algumas informações bastante importantes que o Manual não tem: quantidade ideal de calorias/dia para os bebês e crianças, de quais fontes essas calorias devem vir, tabelas nutricionais, além de recomendações que, pelo menos para mim, eram desconhecidas. Exemplo? Suco de frutas ou de vegetais e sopas são “refeições” desaconselhadas, pois não conseguem suprir o neném das calorias necessárias. Não que seja proibido dar suco, por exemplo, mas não pode substituir almoço ou jantar.

3-) E para quem amamenta exclusivamente no peito, também recomendo a leitura deste texto do pediatra espanhol Carlos Gonzalez, que a blogosfera mamífera já conhece- ama- idolatra (e com razão), portanto, dispensa apresentações. Trata-se de um trecho de um dos livros do Gonzalez, publicado no blog Família Nesguinha, da Gab, que descobri procurando orientações para introdução de sólidos na dieta do Enzo. Gostei muito tanto do trecho que ela selecionou para publicar quanto do blog.

Encontrei, ainda, algumas dicas de receitas que estão na fila para serem testadas aqui em casa nesse endereço aqui. Reforço que ainda não testei nenhuma delas, mas a primeirinha deve ser feita em breve, só que com carne de frango.

E, só para não passar em branco, recomendo, claro, que qualquer dieta seja baseada nas orientações do pediatra. Se o pediatra do seu filho dá orientações diferentes das receitas que se encontra aqui e ali, melhor checar com ele se é possível dar mesmo aqueles ingredientes ao bebê. O mesmo vale para as cartilhas. São orientações gerais, que podem não servir para alguns casos específicos. Eu mesma, por exemplo, ainda não pretendo dar carne para o Enzo, (longa lista de razões que explico depois, prometo) embora a cartilha me autorize e incentive a fazer isso.

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